As informações nos dias de hoje são transmitidas usando os elétrons. Cientistas acreditam que no futuro os dados viajem codificados em fótons. Mas estas não são as únicas alternativas: as informações também podem ser transmitidas por meio de reações químicas. Ou por uma combinação de algumas dessas técnicas.
Cientistas desenvolveram um conceito que permite a transmissão de informações alfanuméricas na forma de pulsos de luz - mas luz gerada por fogo, sem a necessidade de eletricidade. Chamada de "infofusível, a descoberta torna possível desenvolver sistemas de informação e processamento que operem em condições nas quais os eletrônicos e as baterias não funcionam.
O material básico do infofusível é uma fita de nitrocelulose na qual são construídos padrões de pontos feitos com sais de lítio, césio e rubídio. Ao colocar fogo na fita, a chama viaja queimando os pontos um após o outro - daí o nome infofusível, já que cada fusível deve literalmente queimar-se para transmitir a informação. O calor faz com que os elementos químicos de cada ponto emitam luz em comprimentos de onda característicos, permitindo que sejam captados à distância por uma câmera ou por um espectrômetro, mesmo durante o dia. Como os pontos podem conter combinações de três sais diferentes, geram-se sete combinações possíveis de "bits químicos". Uma combinação de dois pontos eleva essas possibilidades para 49 variações (7 x 7), e assim por diante.
Existem alguns problemas com os infofusíveis são encontrados para que essa tecnologia funcione na prática
1) A chama tendia a se extinguir antes de queimar todos os fusíveis e transmitir todas as informações.
2) O fogo percorre a fita rápido demais. "Seria necessário um infofusível de 2,6 km para transmitir dados por 24 horas," explica um dos pesquisadores. Isso acontece porque as fitas de nitrocelulose queimam-se a uma taxa de vários centímetros por segundo.
O primeiro caso foi resolvido usando um substrato de fibra de vidro, que não conduz calor de forma tão eficiente. Já o segundo a solução veio na forma de um arranjo de infofusíveis com velocidades de queima diferentes, o que reduziu a velocidade de queima para algo entre 1 e 2 metros por segundo, dependendo do comprimento de cada seção.
Os cientistas acreditam que seja possível desenvolver um sistema não-elétrico e portátil de transmissão de informações que possa ser integrado com qualquer tecnologia moderna de informação.
Bibliografia:
Long-Duration Transmission of Information with Infofuses
Choongik Kim, Samuel W. Thomas III, George M. Whitesides
Angewandte Chemie International Edition
June 17, 2010
Vol.: 49, 4571-4575
DOI: 10.1002/anie.201001582
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